Triglicerídeos
Triglicerídeos altos
Junto com o colesterol alto e a hipertensão, um nível alto de triglicerídeos no sangue é uma das principais causas de doenças cardíacas. Ficam na corrente sanguínea e são usados para levar energia para todo o corpo. Porém, quando os níveis são muitos altos, podem causar doenças arteriais e cardíacas.
Assim como o colesterol, na maioria dos casos, é possível manter os triglicerídeos em um nível saudável com uma dieta adequada e actividade física. Porém, há algumas diferenças que importa ressalvar.
Os triglicerídeos são gorduras que podem ser produzidas pelo organismo (fígado) ou ingeridas pela comida e são fonte de energia para as células de todo o corpo. Cerca de 95% de todas as gorduras da dieta são triglicerídeos, os quais, representam uma fonte nutricional fundamental na saúde.
Quando comemos, o organismo transforma as calorias que não precisamos usar no momento em triglicerídeos, os quais, passam para a corrente sanguínea ficando à disposição para distribuir energia para todas as células. Quando o corpo precisa de energia, esta gordura é utilizada.
A mólecula do triglicerídeo é uma forma química do glicerol que contém três ácidos gordos. Essas moléculas são desfeitas no intestino delgado e depois são reagrupadas para circular no sangue.
Quando se ingere mais calorias do que o necessário, principalmente através de carboidratos, o nível de triglicerídeos aumenta. Isso pode causar um aumento de placas de gordura nas artérias que podem levar a um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e doença arterial periférica, além de doença hepática e pancreatite.
O que é considerado normal
O mesmo teste de sangue que identifica os níveis de colesterol irá informar o nível de triglicerídeos no sangue. Menos de 150mg/dL é considerado normal, até 199 mg/dL é considerado moderado-alto, até 499 mg/dL é considerado alto e acima de 500 mg/dL é muito alto.
O nível de triglicerídeos recomendado pela American Heart Association (AHA) como sendo óptimo é de 100 mg / dL (1,1 mmol / L) ou menos. De acordo com a instituição, este nível melhora a saúde de coração. Porém, a AHA não recomenda usar medicamentos para alcançar esse objectivo, bastando para isso, adaptar o estilo de vida, comendo melhor e fazendo exercício regularmente.
Que relação entre triglicerídeos e colesterol
Colesterol e triglicerídeos são identificados no mesmo exame pois ambos são lipídios que circulam no sangue e o teste feito é, na verdade, um perfil lipídico.
Enquanto os triglicerídeos são responsáveis por armazenar energia não utilizada pelo corpo, o colesterol é usado para construir células e hormonas. Como nenhuma das duas substâncias se dissolve no sangue, as mesmas, são carregados na corrente sanguínea por proteínas.
Ambos são essenciais para o funcionamento do organismo, mas podem causar sérios problemas quando são encontrados em excesso.
Triglicerídeos altos
Especialistas acreditam que níveis altos de triglicerídos no sangue aumentam o risco de doenças cardíacas, multiplicando os problemas causados pelos níveis de colesterol altos, pressão alta e diabetes. Os triglicerídeos bloqueiam as artérias, causando graves problemas, tais como, ataque cardíaco e derrame sanguíneo.
Estudos apontam que mulheres são mais afectadas por níveis de triglicerídeos altos do que homens, porém, ambos devem cuidar dos indicadores.
Um nível alto de triglicerídeos pode ser sinal de diabetes 2 não controlada, doenças no fígado, nos rins ou ainda uma condição genética rara, a qual, afecta pela negativa a forma do organismo transformar a gordura em energia.
Os triglicerídeos altos estão associados também à síndrome metábolica, que aumenta o risco de desenvolver diabetes, sofrer um ataque cardíaco e doenças do coração. Uma pessoa tem síndrome metabólica quando possui pelo menos três destes factores: excesso de gordura abdominal, hipertensão, nível alto de glicose no sangue, pouco colesterol bom (HDL) e altos níveis de triglicerídeos. Então, se tem excesso de triglicerídeos, fique atento.
Sintomas
Um nível alto de triglicerídeos na corrente sanguínea não desencadeia sintomas de fácil percepção. Quem não faz exames regularmente pode descobrir que possui um nível alto, apenas depois de sofrer algum problema cardíaco.
Apenas quem tem excesso de triglicerídeos em função de uma condição genética pode apresentar sintomas visíveis: os xantomas (manchas amareladas e avermelhadas na pele que são depósitos de gordura). Em casos mais raros, os triglicerídeos altos podem levar à pancreatite.
Causas
O excesso de triglicerídeos pode ser causado por factores como diabetes tipo 2 não controlada, doença genética, hipotiroidismo, doença renal, obesidade, consumo excessivo de álcool e uma alimentação pouco saudável.
Quando é motivado pela alimentação, conclui-se que pessoa está ingerindo mais calorias do que precisa, fazendo com que o organismo armazene o excesso. Além da quantidade de calorias, o tipo de alimento é fundamental.
Além disso, alguns remédios como tamoxifen, esteróides, beta-bloqueadores, diuréticos, estrogénio e pílulas anticoncepcionais, também estes, podem ser uma das causas.
Coma melhor
O factor mais importante é equilibrar a alimentação para que não se consuma mais calorias do que se gasta. Porém, diminuir o consumo de alguns alimentos e aumentar o de outros é fundamental para reduzir a quantidade da substância no sangue.
Diminuir o consumo de gordura saturada e trans
Quando for fazer compras, confira nas informações nutricionais dos alimentos se eles não têm grandes quantidades dessas gorduras. Se sim, evite.
Ingerir menos carboidratos e açucares
Diminua a quantidade de comidas açucaradas e preparadas com farinha branca na dieta. Engordam, oferecem pouquíssimos nutrientes e aumentam a quantidade de triglicerídeos no sangue.
Evitar o álcool
O consumo de álcool também pode aumentar o nível de triglicerídeos ao fazer o fígado produzir mais ácidos gordos. Porém, se consumido com moderação (um copo por dia), pode ajudar a equilibrar o nível de triglicerídeos e aumentar o nível de colesterol bom.
Invistir em gorduras saudáveis
Gordura é importante para o corpo. Procure fontes de gordura mono-saturada e poli-insaturada que são encontradas em azeite de oliva, amendoim, girassol, milho, abacate, amêndoas, sementes de abóbora e gergelim e ainda em peixes ricos em ómega-3
Ingerir mais fibras
Fibras ajudam a diminuir o nível de triglicerídeos e colesterol naturalmente. Desaceleram a digestão, ajudando o organismo a transformar comida em energia e não em gordura, além de reduzir a absorção de gorduras saturadas.
Cuidado com a frutose
Grandes quantidades de frutose podem aumentar os triglicerídeos para níveis insalubres. Estudos apontam que participantes que consumiram grandes quantidades de frutose concentrada tiveram um aumento no nível de triglicerídeos. Porém, não é preciso evitar frutas. Apesar da frutose ser o principal açucar das frutas, é uma quantidade moderada e saudável. E as fibras encontradas nas frutas ajudam a diminuir os níveis de triglicerídeos altos. Os produtos açucarados industrializados é que são os maiores vilões de frutose, como as caldas e xarope de milho.
Promover exercício e perder peso
Para baixar o nível de triglicerídeos, é preciso parar de consumir mais calorias do que se gasta. Há várias orientações nesse sentido, inclusive aumentar a quantidade de calorias que se gastam através de exercícios. Apenas 30 minutos de exercício, quatro vezes por semana, facilitará a diminuição do nível de triglicerídeos e promoverá um aumento de colesterol bom (HDL).
Além disso, estudos apontam que perder entre 5% e 10% do peso pode diminuir o excesso de triglicerídeos de maneira significativa. Gordura na região abdominal, também está associada a níveis altos da substância.
Parar de fumar
Se tem colesterol alto, triglicerídeos altos, ou pressão alta, o tabagismo só irá aumentar o perigo de doenças cardíacas. Fumar causa inflamação em todo o corpo, o que pode contribuir para a aterosclerose, coágulos de sangue e o risco de ataque cardíaco. Fumar todos os dias piora todos os indicadores de saúde cardíaca.
Creatinina alta
Se os rins não conseguem eliminar a creatinina, muito provavelmente também eles estão com dificuldade em eliminar outras substâncias do metabolismo, incluindo toxinas. Por isso, um aumento de creatinina no sangue é um sinal de insuficiência renal.
É necessário salientar que a creatinina é apenas um marcador das funções renais. Portanto, não é ela por si só que prejudica o organismo. Sobe quando os rins estão funcionando mal.
Alguns outros sinais de doença renal
Fadiga e dificuldade em dormir;
Perda de apetite;
Inchaço na face, pulsos, tornozelos ou abdómen;
Dor na região lombar e próximo aos rins;
Alteração no volume e frequência urinária;
Aumento da pressão arterial.
Medicamentos aminoglicosídeos (por exemplo, gentamicina) podem causar lesões nos rins em algumas pessoas. Caso esteja tomando esse tipo de medicamento, o médico poderá solicitar exames de sangue regularmente para fazer uma dosagem da creatinina e garantir, assim, que os rins se encontram saudáveis, ou não!
Grupos de risco
Qualquer indivíduo que corre o risco de desenvolver doença renal deve fazer o exame de creatinina sanguínea. Alguns desses indivíduos enquadram-se nos grupos de risco abaixo:
Diabetes tipo 1 ou tipo 2;
Hipertensão;
Pessoas com idade acima de 50 anos;
Histórico familiar de glomerulonefrite;
Histórico familiar de insuficiência renal crónica;
Uso crónico de anti-inflamatórios;
Infecção urinária frequente ou alterações na cor da urina;
Cálculos renais de repetição;
Edemas sem causa definida;
Anemia sem causa definida;
Doenças cardíacas graves;
Perda de apetite, náuseas matinais, fraqueza intensa sem motivo aparente e perda de peso em excesso;
Obesos;
Fumadores;
Crianças com problema de crescimento.