Craving
A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o craving como sendo um desejo de repetir a experiência em função dos efeitos, de uma determinada substância.
O conceito mais actual do significado do craving é o que se refere a um intenso desejo para consumir determinada substância, que também podem ser os alimentos, ou seja, a necessidade de alimentos que aumentam os níveis de serotonina, endorfina, os quais, proporcionam prazer imediato. Por incrível que pareça o local do cérebro estimulado por estes alimentos (doces, chocolate, pães, massas) é o mesmo estimulado pelos viciados em drogas, jogos e compulsão, compras (em níveis mais elevados) .
A etiologia exacta pode variar conforme a individualidade de cada paciente, sabe-se que é o resultado de mudanças severas fisiológicas, envolvendo hormonas , mineralocorticoides, prolactina, androgénios, prostaglandinas, deficiência de vitaminas, piridoxina e ácidos graxos essenciais, além de uma alimentação desequilibrada e rica em alimentos com alto índice glicémico.
As mulheres são mais acometidas pelo craving em função do ciclo hormonal e, pessoas sedentárias, obesas, stressadas são mais propícias à compulsão.
Como tratar?
O Tratamento deve ser multidisciplinar envolvendo a reprogramação alimentar baseada na Nutrição Funcional e conceitos Ortomoleculares, para suprir os nutrientes em déficit. Quando o problema já esta instalado, suplementos com L-triptofano estimularão a produção de serotonina, junto com polivitamínicos e ómega 3.
Importantíssimo são a prática de actividades físicas que proporcionem bem estar.
Existem várias atitudes fundamentais para evitar o "Craving".
Assim: beber 2 litros de água pura ao dia, ingerir suplementos com ómega 3 livre de mercúrio, comer muitas verduras, frutas e cereais integrais. Incluir 1 colher de sopa de semente de Chia ao dia, castanha do Pará, comer uma maçã por dia. Promover as ervas e especiarias naturais na hora de preparar uma refeição. Quando comer chocolate preferir o negro com percentagem de cacau acima de 76%.
Praticar actividade física regular.
Alimentos que devem fazer parte da alimentação para aumentar os níveis de serotonina.
Aveia em flocos: cereal que contém altas doses de triptofano, 2 colheres de sopa por dia.
Banana: rica em triptofano que auxilia na compulsão por doces e os carboidratos complexos, suplementar com vitamina B6 estimulando assim a produção de serotonina.
Brócolos: rico em ácido fólico, sendo importante para a libertação da serotonina, reduzindo a compulsão.
Folhas verde-escuras: ajudam a regular a produção dos neurotransmissores, por serem ricos em magnésio, potássio e vitaminas A e C e fontes ainda de vitaminas do complexo B.
Frutas oleaginosas: nozes, castanhas, amêndoas, macadâmia, nozes pecã, avelã e castanha-do-pará. Auxiliam na diminuição do stress oxidativo através do selénio. Indicação: 2 unidades por dia.
Cuidado com as dietas da moda.
Dietas da moda e muito restritas com baixas calorias afectam a produção de vários neurorreguladores, como o neuropeptídeo y (NPY), opióides peptídios e serontonina, podendo contribuir para o aparecimento de sintomas relacionados ao craving . Além de actuar na química cerebral, estas dietas provocam alterações nas concentrações de ácidos graxos, decorrentes da perda de peso rápida e ansiedade, podendo, desta forma, contribuir para o desenvolvimento da compulsão alimentar.